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Mostrando postagens de 2018

O céu é o limite

Vazio do mundo um eu tão profundo num aquário. O céu é o limite ou o limite é o cel ou será o cel o céu e o limite limite mesmo? O vazio é ilimitado só sei. Os sonhos tive que guardar ou acho que perdi, ou sei lá Continuo inculta arredia e teimosa  Sei de muita coisa E desconfio ainda mais ainda o que não sei é o meu fundamental interesse Tenho poucos livros hoje Pouco tempo para lê-los Uma vida medíocre capitalista. Os sentidos me envolvem A música precisa voltar para minha vida Ou a morte é certa. A apreciação da arte, das culturas, das filosofias Sem elas, não há porque viver. (Raquel Amarante)

Pai (a meu pai Antônio)

Me reconheço na brochura de um caderno não escrito, não lido, mas dito. Concreto! Pensar em você é ter na emoção  um teto. Posso chorar por te amar, me permito, dizer talvez o que nunca foi dito Bem dizer tudo que você é por ser tão simples e tão complexo! Por todo quanto amor desceu em seu suor Pelo nó que dá quando enxergo na sua história tal sobrevivência tal fidelidade tamanha verdade! Honestamente, me engrandeço por ser sua semente. Nós dois somos áridos e ávidos Basta uma gota no solo quente amamos tão profundamente! Àquele que me ensina sobre ser tão desejo a chuva mais serena e os mais doces araçás! Te amo, meu pai! Quel

Carta não enviada n° 29 - Retorno de Saturno

Caro(a) desconhecido(a), Escrevo-lhe porque você reside em todos nós. Esta semana, em um atendimento, perguntei a uma paciente "O que te faz querer viver?" Eu não seria irresponsável ao perguntar sobre a vida, se não fosse para aprofundar em alguma sombra ou ampliar perspectivas. Eu não seria eu também se esse não fosse um dos meus maiores enigmas e aquilo porque me procuram... Quando criança eu pedia sabedoria. Sabia que era algo difícil, mas não recuava em pedir a Deus. Eu sempre tive interesse em saber de onde as coisas vêm, para onde vão. Eu sempre observei a natureza do meu quintal. Eu, quando criança, tentei  muitas vezes ajudar as roseiras nos seus ciclos, podando como meu pai fazia, mas muitas vezes não observava o tempo delas e matei inúmeras! Claro, não contei para ninguém! rs Meus pais pouco entendiam meu dom de inter(ferir), quando eu tava mesmo era querendo descobrir, ser... O tempo de cada um é um ensaio para a sabedoria, entender o mundo e seus ciclos, a

Quem sabe

Quanto tempo leva para apagar o desejo? Quanto tempo leva para as amnésias, tão alcóolicas, fazerem efeito? Quanto tempo leva para o pescador pegar o timo da razão e vencer o mar? Não importa quanto tempo demore para picotar as memórias em ínfimos pedaços De repente, tão de repente O corpo sente de novo e o corpo é sentido como jamais foi! Outra vez. Outra vez água fervente lama, lodo, chama inferno! Inverno... O frio e o calor Não adianta achar que se está imune A certeza é uma mãe que só pune Eu tenho fome e sede E é como se eu caminhasse sem ser vista nas proximidades da Estação da Luz de SP perdendo o jeito de viver. Morrendo de amor por inteiro. Quem sabe, talvez, a palavra, me salve. Outra vez. (Raquel Amarante)

À sombra das mangueiras

Os rascunhos que fazíamos toda aquela história em diagramas dá pra deixar pro vento. os anéis e alianças só existem pra cair no chão. ainda mora, à sombra das mangueiras algumas cicatrizes de tempo invisíveis em evidência. Alguém chama meu nome lá fora e eu, aqui dentro repetindo as mesmas vestes inadequadas Força do hábito. Coisa de velho. Eu não tenho a menor ideia de como usar as espadas que tenho. Ainda há fragmentos de assassinato na memória. Mas é preciso alguma revolução pra mudar essa história. Cores rubras Lágrimas alguma fé, quiçá, aquela canção de toda hora. Talvez as horas Me tornem sensível Talvez a natureza Me leve há alguma fluência Talvez a razão Me reconduza impassível Talvez, quem sabe, o horizonte Me transfigure. (Raquel Amarante) Idade do Céu - Paulinho Moska