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Mostrando postagens de 2012

Não por acaso...

antes, foste o papel a vítima fatal  do amor. hoje, computa dor. (Raquel Amarante) ****************************************** Acrescento à poesia, a réplica-comentário de quem mais entende deste blog: "antes, foste o papel (...)" hoje, a vítima fatal do amor virtual computa dor. ... que não computa. talvez amor com puta dor. Perfeita neh ;)

Era de aquário

desponta liberdade viver é eternidade sempre. toda felicidade se conserva pra quem entende a vida como a deusa Minerva. sol inda não nasceu em aquário já sinto as correntes soltarem e a excentricidade do cenário. A era dos ventos de ir e vir de extrapolar o firmamento e se descobrir na originalidade de cada passo em falso. felicidade tem nome de revolução nenhum ideal é vão nenhum ideal é vão até que o carro capote pelo ideal de velocidade saudam com louvor a morte em favor da deusa adrenalina É preciso mais lucidez na alforria. Respirar o ar antes de mergulhar pra saber pr'onde voltar. Ama o homem antes de amar a humanidade. (Raquel Amarante)

Renitente

Uma estrela apenas. O céu economiza. Cigarros acendem a noite. O sol não quer nascer. Amor disse adeus, faz tempo. Não há inspiração. Nem lamento. Apenas o silêncio, renitente. A espera da lua cheia de esperança. a dança... o olhar... a alquimia... a poesia  também não quis ficar. Somente o silêncio, renitente. Hipoteticamente, mil e uma alternativas nenhuma confusão nenhuma dúvida nenhuma inclinação primeira vez na vida, paira a certeza sem âncora converte-se em silêncio, renitente. Se o silêncio falasse, gritaria faz tempo um brado de amor ávido pungente apolíneo e dionisíaco da beleza triste de coração que dispara renitente. (Raquel Amarante) Somente leia a poesia acima se estiver disposto a apreciar o video abaixo que foi uma das fontes de "desinspiração" para tal inscrição poética nomeada Renitente. As quatro estações - Marcelo Camelo e Sandy

Carta não enviada nº 20: Flash back na pista de dança

Oi Túlio, Oi Plínio, Ta, eu já sabia da possibilidade de encontrar um de vocês nesta ocasião especial. Pra falar a verdade, eu já sabia que ia encontrar a ambos, mas não imaginava como seria. É tão estranho... Tanto tempo se passou, tantas coisas aconteceram... Eu não sou mais a mesma, como sempre... É engraçado nós três na mesma pista de dança. Não pude deixar de perceber seus olhares e rir por dentro da disputa que travaram, sempre travaram... Eu me senti a Stella de antes... Eu era um bocado histriônica, quem diria... Qual mulher não gosta de ser disputada? Mas, em alguns momentos doeu meu coração ao perceber o quanto por acaso ou não eu tenho pagado pelos erros que cometi com vocês. Excepcionalmente com você, Plínio. A gente muitas vezes não percebe que talvez represente muito para os outros e faz muitas bobagens. Bateu uma dor extrema lembrar do quanto já te provoquei estando com o Túlio.  Mas, não é sobre isso que quero falar, quero dizer de algo que muito me inquietou. Ta, voc

Fones de ouvido

Há um silêncio surreal indômito. Há um pulsar de sensações trôpegas. Há uma rebeldia à revelia de olhares pudicos. Há um som alto, estridente, ligado aqui dentro. Há uma canção áspera que arrepia meus pelos. Há uns graves e agudos crônicos, e épicos. Há um subterfúgio na identificação dos instrumentos. Há um orgão tornando lúgubre a melodia, ritmo e harmonia. Há um "When you feel so tired, but you can't sleep" "Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia." Não ouço ninguém. Ninguém ouve o som que emana aqui em alto e sensível tom. Ainda bem que há fones de ouvido. (Raquel Amarante)

Carta não enviada nº 19 – Encontro Marcado, com o eu aqui de dentro

Fábio Eu sinto muito. Sou uma xícara com asa quebrada. Não poderia dar-te meu braço em uma dança ou na simples companhia de um caminhar. Eu já machuquei muitos meninos e você é tão lindo... Mas, sensível como os outros... Ando repleta de sentimentos ambíguos, acelerados, mal digeridos. É tudo tão oculto, tão vasto, tão efêmero... O céu, a noite, o coração... De que adianta tantas flechas e corações abertos se eu não tenho boa mira. Desculpe minha indiferença. Você é tão gentil, seus olhos riem, dá até uma vontade de chorar... Moço bonito, infelizmente não dá... Eu até me comportei bem. Vesti-me de lady, delicada e meiga, pisquei da forma certa, mas, eu preciso organizar as cartas do tarot que deixei em cima da  minha cama. O golfinho... Ele sempre prediz um novo mergulho, ele sempre me leva para as águas certas, eu preciso entender estes sentimentos todos... Entender... Vagueio pelo não saber e sempre chego no mesmo lugar, a minha necessidade de entender. Algo dói muito, meu caro

Esquemas

Minha vida esquemática Esbarra sempre na matemática do vazio da irresolução. Necessidade de engenharia de esquemas, fluxogramas e projetos Enquanto o fluxo sanguíneo é controverso E a alma fluída, vagueia pela “Vaga música” Uso da canção como “ancoragem” Para mais um esquema em memória frágil Quero retornar a sentimentos através do acorde lançado sobre minha audição. Essa, tão inaudível aos berros, aos pais, à multidão. Gritos não são ouvidos. (Raquel Amarante - 2010)

Mulher– “De flor a fruto”

                                             à Affonso Romano de Sant'Anna Donzela, bela, pálida, morta Ou Mulata de coxa grossa Crise existencial... Que soy dio? Nem fruto, nem flor Sou grama, gramática Profética, herética Errática. Numa singela apatia da pressa de ser tantas... ( Raquel Amarante - 2010)

Associação LIVRE

Vai-te por se só, sem bolsa, destino, lucidez. Vai-te lá menor, nesta música pavorosa de teu coração. Seja ilustre contigo mesma, seja abstrata e mate as borboletas, barbáries - versejai acrósticos-revolução. Não se retenha na caixa de fósforos, não míngüe os sentimentos extra lunares, não atire a pedra no caminho de poetas. Nunca deixe a ilusão de fora, a casa que você é, você mora. Ah meu Deus, que medo de ser! De repente ninguém mais me entende, eu não entendo os campos, os mastros, as cirandas da infância. A vida circunda pela travessia sem pé, neste mato há coelho, não é? Eu sei de tudo. Tudo me é claro. Noite em claro, nem me perco, nem me ganho. Acho que a Deus persigo, nem Paulo sou. A morte é tão incompreensível, eu sou tão sensível. A vida é tão pacata, ora vivo, ora morto, até pra quem ora. Ora a gente implora: Quer ser vivo. O verso é opaco, tristeza esparsa, remorso vão, cai a alegria – gota a gota –num coração, poroso, amoroso, fugidio, meu.  (Raquel Amarante)

Abre-te ave

Abre-te ave perpetua a essência magna existência do poder das asas. Vê pelos ares leves ventos mais pesados que o corpo-pássaro a voar feito pipa em festa de ventos julhina. Mãe, perdoe a natureza fez o céu sem limites e muito mais sem limites os pensares, quereres, as aves gente. (Raquel Amarante)

O corte

O fio de cabelo medita a navalha as pontas duplas os fios frágeis as incertezas, descabeladas os dois caminhos, tesoura, corte a lua nova a esperança de que a mudança convença o espelho de lá de dentro. (Raquel Amarante)

Carta não enviada nº 18 – A gente se sabe...

Raquel, Andares e andores... Sacraliza os beijos nos rostos amigos e os lugares perdidos do seu não pensar. Pesa-lhe todo estado de mal-estar e todo o mal-estar do Estado. Acabrunha-lhe, inclusive, o dever do devir... ...Cascatas e corais, e os mesmos perigos... O saltar e o vermelho-veneno... Asas enormes,  e normas. Amém ao santo céu desanuviado, enquanto o espírito-corpo jaz molhado, de cerveja. Não existe pouco caos... Acorda ou dorme ou morre ou viva, ou... Transcenda. Stella Saiba mais sobre esta e as outras cartas: Sobre as "Cartas não enviadas" 

Carta não enviada nº 17 - Hoje a noite não tem luar

Luar, Espatifados os pedaços de espelho que eu quebrei. Todos rasgados os poemas que eu te fiz. Corto a laranja com vontade cortar algo em mim, talvez o amor que por você me habita. Insone, infante, inconformada... E o tarot me revelava o arcano "Os enamorados" e sua dualidade... Hoje entendi.... De que adianta você me amar agora, se a minha vaidade requer um amor de berço - almagêmico. E porque sou tão atroz em te culpar? Meu supereu não me deixa ver nada para além da estupidez - inocente - de teus amores cariocas-capixabas... Inocente? Eu hoje tenho ódio de sacos de dormir, do Rio de Janeiro, da marca resende, de bichos grilos, de eventos imbecis de movimentos sociais , ofício baldado - (eu odeio Marx), ódio de 'boas notícias" na madrugada, também de uma tal de Michelle Rodriguez que eu nem conhecia e nem fazia questão de conhecer; de química, que eu sempre tive asco... Etc, etc, etc... E porque odeio tanto eles? Porque eles me venceram, mesmo que por um

Depreciação

vida apressada apreçada inapreciada apreço o produto aprisco do lucro bruto a prece a deus capital - deus está morto - a publicidade diz: ele vive! para toda a eternidade. |para toda a eternidade.| desapressa pra pensar nós, é que já morremos. (Raquel Amarante)

Se a vida fosse um círculo

Se a vida fosse um círculo e não um quadrado, nem medo eu teria de estar ao seu lado, e descer ladeira abaixo. Mas o mundo não é círculo, é quadrado. Horizonte in-certo risco precipício enevoado. Tenho medo. (Raque Amarante) Óleo sobre tela:  O abraço do mar III -  Ricardo Paula (Saiba mais sobre sua obra clicando em seu nome)

All star converse

Such a Rush by Coldplay on Grooveshark Leia esta poesia ouvindo " Such a Rush" -  Coldplay  "Tanta pressa para chegar a lugar nenhum" Fugindo das aulas porque aulas não fazem sentido. Fugindo de almas pobres de música, porque elas morrem primeiro. Fugindo deste cenário escolar gregário, que eu não me agrego. _ Mãe, amanhã eu me nego a voltar. Eu queria mesmo era pegar meu all star e ir morar com os índios. (Raquel Amarante - 2004 - 15 anos de idade) ****************** Excerto à Clarice* Longe da civilização perto do coração                                        selvagem.]  porém íntegro. (Raquel Amarante - 2012)

Eu não sou daqui

Vida, transformo-te em arte pois tal me devora. Transformo-te em sede pra beber agora. Carrega meus superlativos na grandeza das páginas do meu gibi. Adjetivo pátrio pariu-me in subversion _ Eu não sou daqui... Eu não sou daqui... Meu corpo engessa a alma, mas é também corpo celeste nessa tal ânsia por viver... "E agora, José?" Vou existindo no gerundismo de estar sendo mais que o próprio ser... (Raquel Amarante) The evening gown - Obra de René Magritte  - Pintor  Surrealista Belga -  (Saiba mais sobre seu trabalho clicando em seu nome)

Prece pressa apreço

um vigor evoluído a raiz de um dente a coragem da semente. um coração sempre aberto pra ser partido. um apelo ao Universo contra toda distinção perversa. um violão apenas, como sinal da inteligência. umasóessência de todo ser vivo. (Raquel Amarante) Ilustração de Annie Ink * *Esta é uma das minhas ilustradoras favoritas. Aprecio seu modo "nonsense" e contemporâneo de fazer arte... Conheçam seu trabalho clicando em seu nome.

Citando Mara Medeiros - Cartesiano

Risquei vários traços Cortes precisos, incisivos, Fatias finas, frias, Cirúrgica, lúdicas... E a vida foi dividida, Dissecada, desossada, Compartimentada, Departamentalizada. Cada pedaço, a seu tempo, Distribuído em momentos, Ganhou cada qual sentimento, Novo cometimento. Vida própria, imprópria Para o convívio – declínio Tudo tão examinado, Cada lado do quadrado! Pobre anfíbio, pobre ambíguo, Ora água, ora terra, Ora inteiro, ora partido. Saudade do tempo antigo, Em que a vida era o que era: Completa, inteira, contígua. Mara Medeiros   (Saiba mais sobre seu trabalho clicando em seu nome) 09.12. 2002 Tela: Nostalgia - De Sofia Dyminski   (Saiba mais sobre seu trabalho clicando em seu nome.)

Poema-pretexto

Recrie-se nas folhas em branco nos elogios-contexto nos finais de semana complexos nos abraços açoites nos intervalos de tempo do jogo no não local, não hora, não lugar Revele-se Ao seu próprio pensamento Ao ser cortado no trânsito Ao  dançar no escuro da boate Ao ouvir expressões em francês Ao  não amar alguém, e só. (Raquel Amarante) Fotografia de Chadwick Gray e Laura Spector - Projeto: "Anatomia de Museu" - New York